Papel e celulose é um dos segmentos mais complexos e que demanda uma alta produtividade em sua produção. Com destaque especial para a produção de papel propriamente dito, papelão ondulado, embalagens e celulose.
Os principais maquinários deste setor utilizam sistemas mecânicos de transmissão por meio de polias e correias.
Com o passar dos anos, e com o aumento significativo da produtividade, os projetos de transmissões ficam subdimensionados devido ao aumento de velocidade das máquinas para suprir a produção. Isso compromete a performance das correias industriais e das polias também.
Principais perfis de correias industriais em equipamentos de papel e celulose
Os perfis de correias mais comuns neste segmento são os modelos A, B, C e D. As clássicas correias em V ou correia trapezoidal. Da mesma forma é para a polia que também terá o encaixe neste formato.
Este tipo de correia é geralmente feita de borracha e reforçada por cordonéis, fibras de polímeros usadas para aumentar sua resistência.
Estrutura básica de uma correia:
- A) Subcamada de borracha sintética
- B) Encapsulamento das cordas de tração
- C) Tirante de poliéster
- D) Tela de cobertura
A polia, por sua vez, é fabricada em ferro fundido.
Correias Industrias são ativos estratégicos na indústria de papel e celulose
A competitividade e o aumento de consumo de derivados de papel nos últimos anos, trouxe como resultado o aumento de produtividade nas fábricas de papel e celulose.
Impulsionado, sobretudo, pelo crescimento do consumo de caixas de papelão ondulado para atender a disparada de vendas pelos e-commerces e marketplaces durante a pandemia.
Para muitos que atuam no setor de papel e celulose, a caixa de papelão é um termômetro, pois a compra deste item sinaliza o que será produzido pelas fábricas.
A consequência direta disso é o aumento da velocidade das máquinas. Refletindo diretamente no sistema de transmissão de potência, ou seja, nas correias e polias.
Isso exige um olhar mais estratégico do setor de manutenção que precisa garantir o pleno funcionamento dos equipamentos produtivos.
Substituir modelos de correias mais antigos ou com baixa performance e realizar manutenções preventivas e preditivas para monitorar os principais sistemas.
Uma produção que não pode parar
Equipamentos como máquinas de papel, bombas de vácuo, onduladeiras e ventiladores, entre outros, não podem parar por conta de manutenções corretivas como em caso de quebras de correias. Tão pouco diminuir a velocidade do equipamento, isso impactará diretamente na demanda de produção.
Com a exigência de máxima performance desses equipamentos, as correias da transmissão mais atuais, as 3VX, 5VX e a 8VX, entram em cena e substituem as correias de perfis clássicos. Dessa forma, ganha-se maior transmissão de potência e muitas vezes, dependendo do projeto, diminui o número de canais das polias.
A transmissão de potência por correias em V é feita pelas laterais das correias, os modelos 3, 5 e 8V tem o perfil mais alto do que as clássicas e com isso a transmissão de potência é maior.
Mas, existem limites de performance que necessitam ser respeitados quando se revisa um projeto de transmissão por correia. Um dos principais é a capacidade de carga dos rolamentos dos mancais do equipamento e do motor.
Se ultrapassar esse limite, o problema das correias estará resolvido, porém, acarretará diminuição da vida útil do rolamento.
Portanto, é de suma importância que se analise o projeto no todo, inclusive os componentes rotativos que fazem parte do equipamento.
A solução está no monitoramento dos equipamentos para a produção de papel e celulose
Normalmente se identifica a baixa performance das transmissões por correias nas manutenções preventivas ou em inspeções sensitivas.
Se os canais das polias estiverem espelhados, se as correias estiverem quebrando com maior frequência ou se for identificado que as transmissões estão fazendo muito barulho (por exemplo, as correias patinando nos canais das polias), é sinal de que chegou a hora de preventivamente revisar todo o projeto. Certamente o projeto deverá ser atualizados para correias e polias mais modernas.
Correias são produtos com um valor baixo e que às vezes não se dá a devida importância. Mas a consequência de uma falha ou baixa performance, pode acarretar prejuízos muito grandes para a companhia como diminuição da produção e até mesmo a perda do equipamento.
Manter os equipamentos do segmento de papel e celulose em alta performance é primordial para a competitividade de mercado.
Por isso, recomenda-se elaborar um plano de manutenção que consiga estabelecer o nível de criticidade dos equipamentos para a produção. Em outras palavras, estabelecer as prioridades e ações de contingência para garantir a disponibilidade dos ativos.
Dessa forma as manutenções preventivas serão mais eficazes, a produção atingirá as expectativas e o tempo médio entre falhas dos seus principais equipamentos aumentará exponencialmente.
Artigo elaborado por:
Eng° Emerson Moreira Niza
Gerente de Key Accounts e Produtos.