A Correia em V, dentro do universo das correias industriais, está entre os elementos de transmissão que mais ganharam relevância na revolução industrial. Foi desenvolvida com o objetivo de proporcionar que mais de duas polias fossem movimentadas em um mesmo sistema.
É um dos tipos de correias que proporcionam maior desempenho e performance em um sistema de transmissão de potência. Por isso vamos falar deste componente muito importante na indústria como um todo.
Estudos de fabricantes como correias Continental ContiTech e SKF, apontam que correias com qualidade comprovada podem transmitir até 40% mais potência.
Logo, percebe-se que a escolha de correias de maior qualidade pode reduzir o custo total de manutenção das máquinas em longo prazo.
Quer saber tudo sobre coreias em v? Veja o que preparamos neste artigo:
- O que é uma Correia em V?
- Para que serve uma correia em V?
- Composição das Correias em V
- Quando usar correia em V ou trapezoidal em v?
- Tipos de correia em V
- Como as polias e correias em V transmitem altas potências?
- Vantagens de usar correias em V ou trapezoidais ao invés das correias planas
- Tipos de polias para correias em V
- Diferença entre correia em V dentada e lisa
- Cálculo de correias em V
- Seleção do perfil da correia em V
- Como medir uma correia em V?
- Tensionamento de correias em V
O que é uma correia em V?
Correia em V é um elemento de transmissão mecânica muito utilizado para transmitir potência (força) e movimento. Classificada como correia de transmissão, possui uma seção transversal trapezoidal ou em forma de V – e daí vem o seu nome.
Para que serve Correia em V?
A sua função é transmitir força (potência) e movimento, através do contato entre as superfícies laterais da correia e polia. Se forem do tipo correia dentada, o contato se dá pelo encaixe nas ranhuras da polia de transmissão.
As correias em V ou trapezoidais são fáceis de instalar e asseguram uma transmissão silenciosa e limpa, inclusive com a possibilidade de reduzir ou multiplicar a velocidade.
São muito utilizadas no setor automotivo para o acionamento do alternador, ventoinha, bomba de água, compressor do ar condicionado e direção assistida.
Do que é feita a correia em V?
A correia em V geralmente é feita de borracha e reforçadas por cordonéis, que são fibras de polímeros usadas para aumentar sua resistência.
Estrutura básica de uma correia em V:
- A) Subcamada de borracha sintética
- B) Encapsulamento das cordas de tração
- C) Tirante de poliéster
- D) Tela de cobertura
Também existem modelos fabricados em outros materiais, como no caso das correias de poliuretano. Destaque especial para as correias sincronizadoras de poliuretano.
Correias sincronizadoras de Poliuretano
As correias sincronizadoras de poliuretano (PU) podem ser do tipo termofixo ou termoplástico (com ou sem reforço). Oferecerem excelentes resultados por serem mais resistentes ao contato com óleo e graxa.
São muito utilizadas na indústria alimentícia, têxtil, em máquinas de costura, indústria de relojoaria, óticas, gráficas, cartonagens etc.
Os principais modelos de poliuretano disponíveis no mercado são:
Correias de Poliuretano Abertas
Correias de Poliuretano Fechadas (sem emenda)
Mas voltando ao nosso assunto principal sobre correias em V, vamos ver as principais vantagens e os tipos de perfil.
Quando usar correia em V ou trapezoidal em v?
Dadas as vantagens das correias em V ou trapezoidal em V sobre as correias planas, elas são indicadas quando:
- Há necessidade de transmissão de alta potência e/ou altas reduções de velocidade;
- O sistema projetado deve ser compacto, não sendo indicadas em transmissões cujas polias fiquem distantes;
- O projeto requer baixos níveis de vibração e ruído;
- A eficiência de transmissão desejada for alta e o custo do projeto for relativamente baixo.
Além de muito utilizada no setor automotivo para o acionamento de grupos acessórios em veículos leves e comerciais, a correia em V (correia trapezoidal em v) é amplamente utilizada na indústria.
O uso mais comum nesse setor é em motores elétricos e de combustão interna. Sendo assim, encontramos facilmente uma correia trapezoidal em compressores, equipamentos agrícolas, moinhos, máquinas de transporte de carga, da indústria de mineração, papel e celulose, etc.
Qual o perfil padrão da correia em v?
As correias em V são fabricadas em várias seções transversais seguindo perfis padrão da indústria, dando origem aos seguintes tipos de correias em V ou correias trapezoidais em V:
Perfil clássico de correia em V ou correia trapezoidal em V
Este perfil remonta aos padrões iniciais utilizados na indústria. As correias em V fabricadas com este perfil vêm em vários tamanhos (A, B, C, D, E) e comprimentos, que são mostrados em detalhes na figura abaixo (dimensões em polegadas).
O formato do código da correia é o tamanho de sua seção transversal seguido pelo seu comprimento interno em polegadas. As correias trapezoidais clássicas cobrem uma faixa de carga de menos de 1 HP a 500 HP.
Correia em V com Perfil estreito
A correia em V de perfil estreito (3V, 5V, 8V) têm paredes laterais mais acentuadas do que as correias em V clássicas, como mostra a figura abaixo.
Este formato proporciona maior ação de cunha devido a uma maior superfície de contato entre a correia e a polia. Isso faz com que a correia em V com perfil estreito tenha maior capacidade de transmissão de carga, que chega a ser até 3 vezes mais que a das correias em V clássicas.
Correia em V de Potência fracionada
O perfil de correia em V de potência fracionada é usado em sistemas leves, de menos de 1 HP de potência, como cortadores de grama e outras máquinas de uso domiciliar.
Essas correias são identificadas com os prefixo 2L, 3L, 4L ou 5L, e seus perfis são mostrados na figura abaixo:
As correias em V de potência fracionada nunca deve substituir correias de serviço padrão, pois elas não conseguem lidar com potências superiores.
Correia em V com Perfil de dupla face
A correia em V de dupla face é mostrada na figura a seguir e tem a capacidade de dobrar reversamente. Elas são usadas em aplicações onde ambos os lados da correia precisam ser utilizados.
Alguns exemplos de aplicações dessas correias é em sistemas de transmissão de colheitadeiras e outras máquinas utilizadas na agroindústria.
Como as polias e correias em V transmitem altas potências
Ao contrário das correias planas, que dependem exclusivamente do atrito e podem deslizar nas polias, as correias em V têm paredes laterais que se encaixam nas laterais das ranhuras da polia, proporcionando maior estabilidade.
O modo como uma correia em V se encaixa na ranhura da polia de transmissão, durante a operação sob tensão, afeta seu desempenho.
A parte A da próxima figura mostra a posição correta da correia em V assentada na ranhura da polia.
Se as paredes estiverem gastas ou se a correia estiver danificada, a correia desliza para dentro da ranhura até chegar ao fundo dela, como mostram as partes B e C.
Esse fenômeno reduz o atrito, podendo fazer com que a correia escorregue.
Quais as vantagens de usar as correias em V ou trapezoidais ao invés das correias planas?
- O acionamento por correia em V ou trapezoidal permite o projeto de sistemas mais compactos devido à pequena distância entre os centros das polias;
- O deslizamento entre a correia e a ranhura da polia é insignificante;
- Proporcionam acionamento suave por serem feitas sem emendas;
- Vida útil mais longa, de 3 a 5 anos;
- A operação da de polias e correias em V é mais silenciosa;
- A correia em V têm capacidade de amortecer o arranque quando as máquinas são ligadas;
- Proporcionam maiores reduções de velocidade;
- A potência transmitida pelas correias em V é mais do que a das correias planas quando elas têm os mesmos coeficiente de fricção, arco de contato e tensão admissível;
- A correia em V pode ser operada em qualquer direção, com o lado apertado da correia na parte superior ou inferior. A linha central pode ser horizontal, vertical ou inclinada.
Quais os tipos de polias para correias em V?
Uma correia em V sempre deve ser utilizada com polias em V, cujas ranhuras se encaixam no perfil das correias. No entanto, nem todas as polias são iguais e essas ranhuras têm medidas diferentes.
Então, para selecionar a polia em V correta para sua correia, você deve:
- Identificar o tipo de perfil de correia em V que será utilizado (perfil clássico, estreito, etc.);
- Medir o tamanho de sua polia (diâmetro externo, ângulo da ranhura, etc.);
- Testar o encaixe da correia na polia: sua correia não deve nem ficar completamente afundada na ranhura da polia, nem deve haver muita sobra do lado de fora.
Por um lado, a correia não deve tocar o fundo da ranhura da polia; por outro, você não deve ter mais do que um terço da altura da correia para fora da polia.
Qual a diferença entre correia em V dentada e lisa?
As correias em V dentadas são parecidas com as correias em V comuns. A diferença é que essas têm entalhes em sua superfície interna que se alinham perpendicularmente ao seu comprimento.
Desse modo, acabam lembrando as correias sincronizadoras, como mostra a figura.
Os entalhes permitem que a correia em V dentada se dobre e flexione com mais facilidade, permitindo assim maior liberdade na disposição das polias utilizadas em transmissões com essas correias.
A correia dentada também consegue envolver polias pequenas com muito mais facilidade do que uma correia em V padrão. Isso permite sua utilização em sistemas ainda mais compactos.
Os entalhes também facilitam a dissipação de calor, o que aumenta a vida útil desse tipo de correia em relação à correia em V comum.
Cálculo de correias em V: veja os principais
A seleção da correia envolve diversos fatores, como potência e rotação dos motores, e a rotação e tipo de equipamentos movidos. Quando você for selecionar a correia, os dados que você vai precisar são o seu tipo de perfil e tamanho.
Vamos mostrar como fazer a seleção da correia utilizando um exemplo. Para começar, você precisa dos seguintes dados:
- Potência do motor (Pm) = 45 kW
- Rotação do motor (Rm) = 1440 RPM
- Tipo de equipamento = ventilador para serviço moderado
- Rotação do ventilador = 550 RPM
- Tempo de serviço do ventilador = 24 horas/dia
- Distância aproximada entre os centros das polias = 900 mm
No passo-a-passo a seguir, mostramos como fazer o cálculo de correia em V, com base no catálogo da SKF.
Seleção do perfil da correia em V
Você deve seguir estes 3 passos:
Passo 1: Selecionar o fator de serviço (Fs)
Sabendo o tipo de equipamento e seu tempo de serviço, você encontra Fs na tabela abaixo:
Utilizaremos como exemplo um fator de serviço é 1,4.
Passo 2: Calcular a potência de projeto (Pp)
Para isso basta multiplicar a potência do motor pelo fator de serviço:
Pm x Fs = 63 kW
Passo 3: Selecionar o perfil da correia em V
Selecione o perfil a partir da potência de projeto e da rotação do motor, como mostra a figura abaixo:
Neste caso, se o projeto demandar um perfil de correia em V clássico, deve-se escolher o tipo C.
Como medir uma correia em V?
Por possuir um perfil trapezoidal (formata de V), algumas pessoas se confundem na hora de medir uma correia em V. Outra fator que também causa dúvida é como medir o perímetro da correia.
A seguir veja os passos para medir uma correia em V:
- Medir a largura superior do perfil em “V” da correia (com escala ou paquímetro, leitura em milímetros);
- Pegue a altura da correia, medir entre a face externa e interna (a leitura também é em milímetros);
- Para medir o comprimento da correia recomenda-se o uso de uma fita “Pi” (caso não tenha use um barbante ou cordão);
- Transforme a medida do comprimento encontrado em milímetros para polegadas (dividir o valor por 25,4);
- Com as medidas do comprimento, largura e altura da correia em V é possível definir o perfil desejado conforme a tabela do fabricante.
Estas designações são as que você deve usar quando procurar seu distribuidor SKF ou Distribuidor Continental Correias para fazer sua compra.
Tensionamento de correias em V
As correias precisam estar devidamente tensionadas para funcionar corretamente. Ou seja, se elas estiverem pouco tensionadas, pode acontecer o escorregamento da correia. Se estiverem tensionadas demais, elas podem acabar defletindo os eixos das polias, o que leva a falhas do sistema do futuro.
Existem dois métodos principais para se verificar a tensão de uma correia:
Método de verificação de tensão por força e deflexão
- Usando um dinamômetro, pressione a correia para baixo no centro do vão entre as polias e empurre a correia pela distância de deflexão desejada;
- Quando esta distância for alcançada, observe a força registrada no dinamômetro;
- Vá até a tabela do fabricante e verifique a faixa admissível para a sua correia;
- Ajuste a tensão da correia até que a força necessária para atingir a distância de deflexão esteja dentro dos valores de força recomendados pelo fabricante da correia.
Método de verificação de tensão por frequência (tensiômetro digital)
- Crie uma vibração na correia utilizando o dedo como se estivesse tocando na corda de um violão;
- A tensão da correia é medida com um sensor – geralmente é um microfone, mas também podem ser usados sensores ópticos ou magnéticos;
- O tensionador de correia detecta a frequência de vibração da correia. Ajustar até que a frequência medida esteja dentro das recomendações do fabricante.
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Respostas de 6
ÓTIMO CONTEÚDO!
Olá Leonardo!
Ficamos muito felizes em saber que você gostou do artigo! Agradecemos pelo seu feedback e esperamos que continue acompanhando o blog
Estamos sempre a disposição para o que precisar. Conte conosco!
Boa noite, utilizando a ferramenta medidor de tensão PHL FM 10 400 correia qual e sua unidade de medida feito a leitura da tensão da correia ( newton ou htz) ?
bom artigo, fácil comunicação e interpretação
Olá Vanei!
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Estamos sempre a disposição para o que precisar. Conte conosco!
boa tarde
Como calcular a medida de largura inferior de uma correia em v perfil “B” com largura superior de 17mm e altura de 14mm?