Você sabe qual graxa para rolamento usar? Sabia que a incorreta lubrificação de rolamentos é responsável por mais de 36% das falhas precoces nestes componentes?
Você verá neste artigo:
- O que são graxas e quais suas funções?
- Tipos de graxa para rolamentos
- Como escolher a melhor graxa SKF para o seu rolamento
- Graxa para rolamentos de alta temperatura
- Graxa para rolamentos de alta temperatura extrema
- Graxa para rolamento de alta rotação
- Para que serve a graxa azul?
Os lubrificantes SKF foram projetados para atender diversas necessidades e têm desempenho comprovado em aplicações reais.
Veja abaixo qual é o melhor tipo de graxa para seus rolamentos, como calcular a quantidade de graxa e a frequência de lubrificação deles.
Se você quiser saber mais sobre rolamentos antes de prosseguir, veja o nosso guia completo sobre rolamento.
O que são graxas e quais suas funções?
As graxas são um tipo de lubrificante classificado como semissólidos (pastosos). Constituídos por uma mistura de óleo, aditivos e agentes espessantes chamados sabões metálicos. Podem ser à base de alumínio, cálcio, sódio, lítio e bário. A graxa é utilizada onde o uso de óleos não é recomendado.
Portanto, a graxa para rolamentos é um tipo de lubrificante e sua seleção vai depender de alguns fatores.
Como escolher a graxa adequada?
Principais fatores para a escolha do tipo de graxa são:
- temperatura
- carga sobre o rolamento
- velocidade de rotação do eixo
- tipo de elemento rolante do rolamento
Outros fatores especiais também podem estar presentes, como a necessidade de uma graxa resistente à água, à corrosão, ou ainda graxas atóxicas e biodegradáveis.
É importante dizer que a seleção da graxa para uma determinada aplicação é tão importante quanto a seleção do tipo de rolamento, do mancal e da vedação.
Graxas de uso geral, por exemplo, não devem ser usadas em aplicações especiais, pois podem causar mais prejuízos do que benefícios ao rolamento.
Que tal saber como escolher a sua Graxa SKF?
Como escolher a melhor graxa SKF para rolamentos
O rolamento SKF é reconhecido mundialmente por sua qualidade. Por isso mesmo, a SKF também determina alguns parâmetros de operação para te ajudar a escolher a melhor graxa para rolamento ou mancal.
Temperatura
Altas temperaturas de trabalho podem desencadear muitas falhas nos sistemas de transmissão, afetando diretamente o desempenho e vida útil da graxa.
Sob condições de altas temperaturas, podem ocorrer dois fenômenos que causam a falha da graxa.
O primeiro é a oxidação: ela pode aumentar sua viscosidade, gerar depósitos e fazer perder sua capacidade de formar a película protetora do lubrificante.
A segunda é a perda da capacidade do espessante de reter o óleo: isso irá conduzir a uma perda permanente de óleo lubrificante.
Por este motivo, é fundamental observar as faixas de temperatura de operação e saber sua classificação:
Classificação | Temperatura |
Baixa | <50ºC |
Média | entre 50 e 100ºC |
Alta | entre 100 e 150ºC |
Alta extrema | >150ºC |
Carga
A razão de carga (C/P) é dada dividindo a carga dinâmica básica (C) pela carga dinâmica do equivalente (P), ambas em kN. Os valores de C e P dependem do rolamento, mas você pode encontrá-los no catálogo da SKF.
A tabela abaixo mostra as categorias para a razão de carga:
Classificação | Razão de carga (C/P) |
Baixa | <2 |
Média | 4 |
Alta | 8 |
Muito alta | >15 |
Velocidade
O fator de velocidade (nd) é dado pelo produto da velocidade do eixo (n), em rpm, pelo diâmetro médio do rolamento.
Este diâmetro médio é a soma do diâmetro interno (d) pelo externo (D), ambos em mm, dividido por dois:
nd = n*[(d+D) / 2]
As categorias de velocidade (baixa a extremamente alta) variam não só com o fator de velocidade, mas também com o tipo de rolamento.
As categorias são mostradas na tabela abaixo:
Categoria |
Tipos de rolamento | ||
Esferas | Autocompensadores de
rolos, cônicos e toroidais |
Rolos
cilíndricos |
|
Extremamente alta | acima de 700.000 | N.A. | N.A. |
Muito alta | até 700.000 | acima de 210.000 | acima de 270.000 |
Alta | até 500.000 | até 210.000 | até 270.000 |
Média | até 300.000 | até 75.000 | até 75.000 |
Baixa | abaixo de 100.000 | abaixo de 30.000 | abaixo de 30.000 |
Estes parâmetros são apresentados nas descrições dos tipos de graxa que você verá na seção a seguir.
OS principais tipos de graxa SKF são:
Graxa para rolamento de uso geral SKF LGMT 2
Esta é uma graxa de uso geral e automotivo que usa óleo mineral como base e sabão de lítio como espessante.
Ela é geralmente usada em aplicações cuja temperatura de operação fica entre 50 e 100ºC.
A graxa SKF LGMT 2 é utilizada em aplicações cuja velocidade do eixo é média e cujas cargas variem entre baixas e médias. Estes são os casos de rolamentos de automóveis, de ventiladores industriais e de pequenos motores elétricos.
Graxa para rolamentos de alta temperatura SKF LGHP 2
A graxa SKF LGHP 2 é feita com base de óleo mineral e espessante de diuréia.
É indicada para aplicações em altas temperaturas, nas quais a temperatura do rolamento fique acima dos 100ºC durante o serviço, chegando a até 150ºC.
Esta graxa para rolamentos de alta temperatura suporta velocidades médias a altas e cargas baixas a médias.
É utilizada, por exemplo, em rolamentos de motores elétricos, de ventiladores em altas velocidades, e em rolamentos de esferas que trabalhem em altas velocidades e temperaturas.
Graxa para rolamentos de alta temperatura extrema SKF LGET 2
A graxa SKF LGET 2 é feita com óleo de poliéter fluorinado sintético e usa PTFE como espessante.
É utilizada em aplicações onde a temperatura é alta extrema, variando entre 200 e 260ºC.
Esta graxa para rolamentos de alta temperatura extrema é indicada quando trabalham em velocidades médias e baixas e sofram altas cargas.
Sendo ideal para o uso em rolamentos de secadores da indústria têxtil e de fornos industriais na indústria alimentícia.
Graxa para rolamentos de alta rotação SKF LGLT 2
A graxa SKF LGLT 2 é feita com base de óleo sintético e espessante de sabão de lítio. Ela é utilizada em aplicações cujo eixo trabalhe em alta velocidade e os rolamentos fiquem sob cargas baixas.
Podem ser utilizadas em rolamentos de teares, cilindros de impressão, robôs e motores elétricos pequenos.
Outra propriedade desta graxa para rolamentos de alta rotação é a sua resistência a baixas temperaturas, podendo ser utilizada a até -50ºC. Sua faixa total de operação vai até 110ºC.
Graxa para rolamento sob cargas elevadas SKF LGHB 2
Esta graxa é feita à base de óleo mineral com espessante de sulfonato de cálcio complexo, e suporta temperaturas altas, podendo aguentar picos de 200ºC durante o serviço.
No entanto, o principal diferencial da graxa SKF LGHB 2 é sua capacidade de suportar altas cargas, devido à estrutura de seu espessante.
Esta graxa para rolamentos sob cargas elevadas é usada em eixos de turbinas eólicas, peneiras vibratórias para asfalto e máquinas de laminação e lingotamento contínuo em siderúrgicas.
Graxa atóxica SKF LGFP 2
Esta graxa atóxica tem como base óleo branco medicinal e espessante sabão complexo de alumínio.
Ela é utilizada na indústria alimentícia, em máquinas de embalagens, de envasamento de bebidas e de processamento de alimentos.
A graxa SKF LGFP 2 suporta temperaturas e velocidades médias e cargas que variam de baixas a médias.
Graxa biodegradável SKF LGGB 2
A graxa SKF LGGB 2 é feita a partir de óleo éster sintético e espessante de sabão de lítio-cálcio. É indicada para aplicações em que o rolamento trabalhe em temperaturas que variem de baixas a médias e sob cargas médias a altas.
Esta graxa é biodegradável e apresenta baixa toxicidade. Utilizada principalmente em situações em que há preocupação com os impactos ambientais. Tais como: máquinas de terraplanagem, equipamentos agrícolas e sistemas de irrigação e tratamento de água.
Qual é o melhor tipo de graxa para rolamento?
O melhor tipo de graxa para rolamento é aquele que atende os fatores de aplicação.
Apesar de existirem tipos especiais, como a graxa azul de alta qualidade para aplicações de rolamentos, deve-se escolher o tipo adequado conforme a aplicação do rolamento ou mancal, por exemplo.
Os rolamentos têm uma ampla gama de aplicações industriais e automotivas. Tais como: equipamentos agrícolas, rodas de veículos, esteiras transportadoras, motores elétricos, ventiladores industriais e outros;
A graxa azul proporciona uma excelente estabilidade à oxidação, boa estabilidade mecânica e excelente resistência à água, com propriedades inibidoras de ferrugem.
Contudo, esses nem sempre são fatores existentes em seu projeto.
Para que serve a graxa azul?
De maneira geral, para proteção contra corrosão. Ela possui aditivos especiais que protegem o mancal ou rolamento contra corrosão e ferrugem.
Tem boa performance e garante uma maior vida útil dos componentes mecânicos.
Pode ser utilizada em uma vasta gama de aplicações.
Entretanto, vale ressaltar que os fabricantes de lubrificantes industriais tingem suas graxas com cores diferentes para que seja mais fácil identificá-las. Não há uma norma para padronizar essas cores.
Assim, uma graxa azul pode conter substâncias e servir para finalidades diferentes, a depender de seu fabricante.
Mostramos abaixo como a graxa azul pode variar com a marca:
Graxa azul | Características |
SKF LGPH 2 | Altas temperaturas (>100ºC). |
Marca 1a | Temperatura média, baixa proteção contra corrosão. |
Marca 1b | Alta temperatura (até 150ºC). |
Marca 2 | Boa proteção contra corrosão. |
Marca 3 | Proteção contra a corrosão, e uso entre 0 e 140ºC. |
Marca 4 | Usar em temperaturas entre -30 e 120ºC |
O que a cor da graxa pode indicar?
A cor da graxa pode indicar se ela está se deteriorando ou se ela se misturou acidentalmente com outras substâncias pois, ambos alteram sua tonalidade ou coloração.
As cores naturais das graxas são: branca, âmbar, marrom ou preta, a depender das substâncias utilizadas.
Graxas contendo bissulfeto de molibdênio, grafite ou óleo básico asfáltico, por exemplo, ficam pretas depois de prontas.
Portanto, a cor da graxa não deve ser o critério de escolha de lubrificantes de alta performance.
Como calcular a quantidade de graxa em um rolamento?
Estima-se que o rolamento deva ser encoberto de graxa pelo espaço livre no mancal em até 50% de sua altura. Para permitir que a graxa em excesso seja expelida durante a partida.
Em velocidade baixas, quando não há sobreaquecimento, o adequado é preencher 100% do espaço vazio do mancal.
Uma forma mais precisa de calcular a quantidade de graxa para rolamento é através da fórmula abaixo:
Q = De x l x 0,005
onde:
Q é a quantidade de graxa (g);
De é o diâmetro externo do rolamento (mm);
0,005 é o fator de conversão usado quando as medidas estão g e mm.
Como calcular o intervalo de lubrificação de rolamentos?
O tempo de intervalo para aplicações de graxa pode ser calculado de duas formas:
- com diagrama de intervalo de relubrificação,
- e através de uma fórmula que considera as condições de operação do rolamento.
Diagrama de intervalo de lubrificação de rolamento
Neste diagrama, o resultado do tempo necessário para relubrificar o rolamento é dado em horas.
Para obtê-lo é preciso ter três informações:
- a rotação do eixo (rpm)
- o diâmetro interno (mm)
- tipo de rolamento
Veja este exemplo:
- um rolamento de rolos cônicos 20mm de diâmetro interno, opera montado no eixo que gira a 2.000 RPM.
O gráfico indica na coluna C que este rolamento só precisa ser lubrificado após 1.500 horas.
Tabela de fatores de correção para relubrificação de rolamento
O diagrama acima é simples e só pode ser usado em condições ideais. Estas condições são todas aquelas em que o item na tabela abaixo é igual a 1.
Do contrário, deve-se utilizar os seguintes fatores de correção:
Condição | Faixa média de operação | Fator de
correção |
Temperatura
(Ft) |
Mancal abaixo de 65ºC
65 a 80ºC 80 a 93ºC Acima de 93ºC |
1,0
0,5 0,2 0,1 |
Contaminação
(Fc) |
Leve, por poeira não abrasiva
Pesada, por poeira não abrasiva Leve, por poeira abrasiva Pesada, por poeira abrasiva |
1,0
0,7 0,4 0,2 |
Humidade
(Fh) |
Abaixo de 80%
Entre 80 e 90% Condensação ocasional Entrada ocasional de água no mancal |
1,0
0,7 0,4 0,1 |
Vibração
(Fv) |
Menos de 5mm/s de velocidade de pico
Entre 5 e 10mm/s Acima de 10mm/s |
1,0
0,6 0,3 |
Posição
(Fp) |
Linha de centro pelo furo na horizontal
Linha de centro pelo furo a 45º Linha de centro pelo furo na vertical |
1,0
0,5 0,3 |
Fator de design
(Fd) |
Rolamento de esferas
Rolamento de rolos cilíndricos e de agulhas Rolamento auto compensador de rolos, cônicos e axiais de esferas |
10
5,0 1,0 |
Cálculo do intervalo de lubrificação de rolamento com fatores de correção
A fórmula utilizada é:
Onde:
- T é o tempo de relubrificação (h);
- n é a rotação do eixo (rpm);
- Di é o diâmetro interno do rolamento (mm);
- K é o produto de todos os fatores de correção.
Se usarmos como exemplo o mesmo caso mostrado no diagrama, mas com as seguintes condições (com o fator de correção entre parênteses):
- Temperatura de 75ºC (0,5)
- Contaminação leve, por poeira abrasiva (0,4)
- Umidade entre 80% e 90% (0,7)
- Vibração acima de 10 mm/s (0,3)
- Eixo na horizontal (1,0)
- Rolamento de esferas (10)
A fórmula preenchida fica:
Dessa forma, o tempo para relubrificação cai para 623,8 horas.
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